Delegado da APM e diretor da AMB debate sobre novas faculdades de Medicina na TV Cultura

José Eduardo Lutaif Dolci destacou dois grandes gargalos
que comprometem a qualidade da formação médica
O programa Opinião, da TV Cultura, exibido nesta semana e apresentado pela jornalista Rita Lisauskas, contou com a participação do delegado da Associação Paulista de Medicina e diretor Científico da Associação Médica Brasileira (AMB), José Eduardo Lutaif Dolci.
Na ocasião, o médico destacou dois grandes gargalos que comprometem a qualidade da formação médica. O primeiro, segundo Dolci, é a falta de campos de estágio. “Obrigatoriamente, os alunos do quinto e sexto ano precisam passar pelo internato. No entanto, a abertura indiscriminada de escolas médicas deixou evidente que nós não temos campos de estágio suficientes para todos esses alunos. A maioria dos estudantes procura desesperadamente campos de estágio em hospitais, mas sabemos que isso é muito difícil”, alertou.
O segundo ponto crítico, de acordo com o médico, é a carência de professores qualificados. “Não temos professores para suprir todas as novas instituições criadas. Em muitas escolas médicas, observamos professores dando aula no internato e não são médicos — o que considero uma aberração. Precisamos encontrar formas de avaliar adequadamente esses profissionais que entrarão no mercado”, defendeu Dolci.
Ele também comentou os dados da nova edição da Demografia Médica, estudo realizado pela AMB em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) e o Ministério da Saúde. Segundo Dolci, o levantamento revelou que muitos alunos que ingressaram nos cursos de Medicina apresentam uma formação precária.
O programa contou ainda com a presença da professora titular do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP), Ludhmila Hajjar, que também contribuiu com importantes reflexões sobre os desafios da educação médica no Brasil.
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